Teatro de São Carlos
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O Teatro de San Carlo, localizado no coração de Nápoles, é um símbolo de excelência e história no panorama cultural europeu. Fundado em 1737 por ordem do rei Carlos VII de Bourbon, é o teatro de ópera mais antigo do mundo ainda em atividade. Esta imponente estrutura foi criada para substituir o antigo Teatro San Bartolomeo e deveria refletir a grandeza do Reino das Duas Sicílias, que na época era um dos centros culturais mais importantes da Europa.
O Teatro de San Carlo foi inaugurado em 4 de novembro de 1737, dia do nome do rei. O projeto foi confiado aos arquitetos Giovanni Antonio Medrano e Angelo Carasale, que criaram um teatro majestoso com uma ampla sala em forma de ferradura, uma característica que se tornaria padrão para muitos teatros posteriores. Com seus 1.444 assentos e 184 camarotes, o teatro rapidamente se tornou um modelo para a arquitetura teatral da época.Ao longo dos séculos XVIII e XIX, o San Carlo viu as primeiras execuções de obras de compositores ilustres como Johann Christian Bach, George Frideric Handel, Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart, Richard Strauss e Giacomo Puccini. Este teatro também foi palco de numerosas estreias mundiais, incluindo muitas óperas de Gioachino Rossini, que em 1815 apresentou “Elisabetta, regina d’Inghilterra” com grande sucesso. Gaetano Donizetti também escreveu e apresentou 17 óperas, incluindo a famosa “Lucia di Lammermoor” em 1835.Em 1816, um incêndio devastador destruiu grande parte do teatro. No entanto, graças à determinação do rei Ferdinando IV e à habilidade do arquiteto Antonio Niccolini, o San Carlo foi reconstruído em menos de um ano e reaberto em janeiro de 1817. A nova estrutura manteve a forma de ferradura e foi enriquecida com decorações neoclássicas. Niccolini também criou o famoso afresco no teto que retrata Apolo apresentando a Minerva os maiores poetas do mundo, uma obra dos irmãos Cammarano.O Teatro de San Carlo não só tem uma história arquitetônica e musical extraordinária, mas também desempenhou um papel importante na vida política e social de Nápoles. Durante a Revolução Napolitana de 1799, foi palco de um hino à liberdade escrito por Domenico Cimarosa, que inflamou os ânimos dos revolucionários. O teatro sobreviveu a eventos históricos dramáticos, incluindo os bombardeios da Segunda Guerra Mundial, após os quais foi rapidamente restaurado e reaberto em dezembro de 1943 com uma apresentação de “La bohème” de Puccini.No século XX, o San Carlo continuou a ser um ponto de referência para a ópera e o balé. Nos anos 90, o teatro passou por uma série de restaurações para trazer de volta a beleza original e melhorar as instalações técnicas. Estas intervenções culminaram com uma significativa reestruturação entre 2008 e 2009, que envolveu cerca de 300 trabalhadores e incluiu a restauração das decorações, a atualização do equipamento de palco e a criação de uma nova sala de ensaios. O teatro reabriu com uma apresentação de “La clemenza di Tito” de Mozart, celebrando o 254º aniversário do compositor.
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