Galeria Nacional de Arte de Bolonha
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A Pinacoteca Nacional de Bolonha é uma jóia artística no coração da cidade, oferecendo uma visão abrangente da pintura emiliana do século XIII ao XVIII. Sua história está profundamente ligada à da Academia de Belas Artes, localizada no mesmo edifício que antes era um noviciado jesuíta. A Pinacoteca foi fundada em 1808, mas suas raízes remontam às supressões napoleônicas que levaram à confiscação de inúmeras obras de arte de igrejas e conventos da região, criando uma coleção inestimável.
O edifício que abriga a Pinacoteca é em si uma obra de arte. Projetado por Alfonso Torreggiani entre 1728 e 1735, passou por uma transformação radical de instituição religiosa para polo museológico. A instituição da Academia de Belas Artes sob Napoleão marcou um ponto de virada, com a Pinacoteca se tornando um centro de conservação e exposição de obras de arte.
A coleção da Pinacoteca é organizada em diferentes seções temáticas, cada uma dedicada a um período ou corrente artística. Começando pelo século XIII com obras de artistas como Vitale da Bolonha e o Pseudo Jacopino di Francesco, passando pelo Gótico com artistas como Simone dei Crocifissi. Esta fase inicial da coleção é caracterizada por uma espiritualidade intensa e uma forte influência bizantina, evidente nas ícones religiosas e nos crucifixos.
Continuando no percurso expositivo, chegamos ao Renascimento, onde se destacam obras de Francesco Francia, Perugino e o famoso “Êxtase de Santa Cecília” de Rafael, uma obra-prima que atrai visitantes de todo o mundo. Este período é marcado por uma atenção aos detalhes e uma busca pela perfeição formal, visível nas representações da Virgem Maria e dos santos.
O século XVI vê a presença de artistas como Parmigianino, com sua “Madonna com o Menino e os santos Margarida, Jerônimo e Petrônio”, e o grande El Greco, cuja “Última Ceia” brilha por suas cores maneiristas. As obras deste período refletem uma transição para o maneirismo, com figuras alongadas e composições dinâmicas que quebram com a estática do Renascimento.
A Pinacoteca não estaria completa sem mencionar os Carracci, Annibale, Agostino e Ludovico, que revolucionaram a arte bolonhesa com sua abordagem inovadora que misturava realismo e monumentalidade. Sua Academia degli Incamminati formou uma geração de artistas que marcaram profundamente a cena artística da época. Suas pinturas, como as presentes nas salas da Pinacoteca, mostram um retorno à natureza e uma redescoberta da luz e da cor.
A experiência de visitar a Pinacoteca Nacional de Bolonha é enriquecida pelas obras de arte salvas de edifícios religiosos demolidos ou em ruínas, como os preciosos afrescos da igreja de Santa Apollonia di Mezzaratta. Estes afrescos, transferidos com cuidado para o museu, recriam a atmosfera das igrejas medievais, oferecendo uma experiência imersiva única.
Não menos importantes são as obras de artistas como Giotto, com seu “Políptico de Bolonha”, e Guido Reni, cujo estilo influenciou profundamente a pintura barroca. A Pinacoteca também abriga obras-primas de artistas internacionais como Ticiano e Tintoretto, que testemunham a abertura da cidade às influências culturais externas.
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