Cemitério de Montmartre
Europa,
França,
citta, Paris,
XVIII arrondissement
O Cemitério de Montmartre, conhecido em francês como Cimetière de Montmartre, é um dos lugares mais sugestivos e ricos em história de Paris. Localizado no coração do famoso bairro de Montmartre, este cemitério não é apenas um lugar de descanso para muitas figuras ilustres, mas também um verdadeiro museu ao ar livre, onde arte, história e cultura se entrelaçam em um contexto de grande encanto.
Fundado em 1825, o Cemitério de Montmartre foi inaugurado para atender à necessidade de novos espaços sepulcrais após o fechamento dos cemitérios da cidade decretado por motivos de saúde pública durante a Revolução Francesa. O cemitério se estende por cerca de 11 hectares e está localizado em uma antiga pedreira de gesso, o que confere ao local uma atmosfera única, com suas ruas sinuosas e túmulos dispostos em vários níveis.
Caminhar pelos caminhos do Cemitério de Montmartre é como fazer uma viagem pela história da cultura e da arte francesas. Aqui descansam muitos artistas, escritores, músicos e personagens históricos que deixaram uma marca indelével na história do país. Entre os túmulos mais célebres estão os de Émile Zola, o grande escritor e jornalista, Alexandre Dumas filho, autor do famoso romance “A Dama das Camélias”, e Stendhal, autor de “O Vermelho e o Negro”.
Uma das atrações principais do cemitério é, sem dúvida, o túmulo de Heinrich Heine, o poeta alemão que passou a maior parte de sua vida no exílio em Paris. Seu túmulo é um local de peregrinação para os amantes da poesia, e suas epígrafes lembram o profundo vínculo entre o poeta e a cidade de Paris. Outro ponto de grande interesse é o túmulo de Hector Berlioz, o compositor romântico francês, conhecido por sua música inovadora e suas influências no cenário musical europeu.
O Cemitério de Montmartre também é conhecido por suas extraordinárias esculturas funerárias, que representam uma ampla gama de estilos artísticos, do neoclássico ao gótico, do barroco ao Art Nouveau. Entre as esculturas mais fascinantes está o monumento de René de Chateaubriand, com sua figura austera que parece vigiar todo o cemitério, e o túmulo de Gustave Moreau, adornado com relevos que lembram suas obras pictóricas.
A presença de túmulos monumentais e artísticos torna o cemitério um local de grande interesse para os amantes da arte. Os túmulos são frequentemente obras de arte em si, com detalhes esculpidos com maestria e simbolismos que refletem as crenças e gostos da época. O cemitério oferece assim um percurso entre esculturas, mausoléus e lápides que contam histórias de vida, morte e memória.
Uma das anedotas mais curiosas relacionadas ao Cemitério de Montmartre diz respeito ao túmulo de Dalida, a famosa cantora e atriz ítalo-francesa. Seu túmulo, adornado com uma estátua em tamanho natural, é um dos monumentos mais visitados do cemitério. Dalida, cujo verdadeiro nome era Iolanda Cristina Gigliotti, ainda é amada por seus fãs, que deixam flores e mensagens em seu túmulo como sinal de afeto e lembrança.
Além dos grandes nomes da cultura e da arte, o Cemitério de Montmartre abriga também os túmulos de figuras históricas menos conhecidas, mas igualmente significativas. Entre eles, o túmulo de Louise Weber, mais conhecida como La Goulue, a famosa dançarina de can-can do Moulin Rouge, imortalizada nos cartazes de Henri de Toulouse-Lautrec. La Goulue é um símbolo da vida boêmia de Montmartre e de sua vibrante cena artística.
O cemitério também tem importância política, sendo o local de sepultamento de muitos personagens envolvidos nos eventos históricos de Paris e da França. Entre eles, Adolphe Thiers, presidente da Terceira República Francesa, e Charles Fourier, o filósofo e teórico socialista. Seus túmulos são testemunhos da turbulenta história política do país e das ideias que moldaram a sociedade francesa.
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