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Westminster
O Palácio de Westminster, mais conhecido como Houses of Parliament, é um dos símbolos mais icônicos de Londres e do sistema político britânico. Este majestoso complexo, localizado nas margens do rio Tâmisa, testemunhou séculos de história, evolução democrática e transformações arquitetônicas.
As origens do Palácio de Westminster remontam à era anglo-saxônica. Foi Eduardo, o Confessor, por volta de 1045, que construiu o primeiro palácio real ao lado de sua abadia, hoje conhecida como Abadia de Westminster. Durante a Idade Média, o palácio foi a residência principal dos monarcas ingleses e o centro da vida política do país. Foi lá que os primeiros órgãos administrativos, como a Curia Regis, se reuniram para governar o reino.
Em 1512, um incêndio devastador destruiu grande parte das estruturas residenciais do palácio, levando Henrique VIII a transferir a corte real para o Palácio de Whitehall. A partir desse momento, o Palácio de Westminster se tornou principalmente a sede do Parlamento e dos tribunais reais. Um segundo grande incêndio, ocorrido em 1834, destruiu quase completamente o complexo, poupando apenas Westminster Hall, a Jewel Tower e alguns outros edifícios.
O desastre de 1834 ofereceu a oportunidade de reconstruir o palácio em grande escala. O arquiteto Sir Charles Barry, com a ajuda do famoso designer Augustus Pugin, foi encarregado de projetar o novo edifício em estilo neogótico, uma arquitetura que evocava as glórias medievais da Inglaterra. As obras começaram em 1840 e foram concluídas em 1870. O resultado foi uma obra-prima da arquitetura vitoriana, caracterizada por decorações góticas intricadas, torres e pináculos que conferem ao palácio sua aparência majestosa e inconfundível.
Um dos elementos mais famosos do Palácio de Westminster é, sem dúvida, a torre do relógio, comumente conhecida como Big Ben. Na verdade, Big Ben é o nome do grande sino dentro da torre, oficialmente chamada de Elizabeth Tower em homenagem ao Jubileu de Diamante da Rainha Elizabeth II em 2012. Esta torre, com seus quatro mostradores de relógio iluminados, tornou-se um símbolo de Londres e da estabilidade do sistema político britânico.
O palácio abriga as duas câmaras do Parlamento britânico: a House of Commons e a House of Lords. A House of Commons, com seus membros eleitos, é o coração do sistema democrático britânico, onde as leis são discutidas e aprovadas. A House of Lords, composta por membros não eleitos como pares hereditários, bispos e membros nomeados, desempenha um papel de revisão e aconselhamento legislativo.
A história do Parlamento britânico é rica em eventos cruciais. Em 1605, Guy Fawkes e seus cúmplices tentaram explodir o palácio durante a Conspiração da Pólvora, um plano fracassado que visava matar o rei James I e derrubar o governo protestante. Este episódio é comemorado todos os anos em 5 de novembro com a Noite de Guy Fawkes.
Ao longo dos séculos, o Parlamento viu muitas mudanças e reformas. Durante a Guerra Civil Inglesa, o palácio foi palco de julgamentos históricos, incluindo o de Charles I, que foi condenado à morte. Com a Restauração em 1660, o palácio voltou a ser o centro da vida política inglesa, e através de atos legislativos significativos como o Reform Act de 1832, o Parlamento evoluiu sua estrutura para se tornar uma instituição mais representativa e democrática. O futuro do Palácio de Westminster é objeto de debate e preocupação, pois requer significativos trabalhos de restauração e conservação para lidar com problemas estruturais e de segurança. Apesar dos desafios, o palácio permanece um símbolo vivo da democracia britânica e um monumento à sua longa e rica história.
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