Grande Fonte Onofrio

As Fontes de Onofrio, localizadas nas extremidades da famosa rua Stradun na Cidade Velha de Dubrovnik, estão entre as estruturas mais icônicas e fascinantes da cidade. Estas fontes não só representam uma importante obra de engenharia medieval, mas também são testemunhos de uma época em que o abastecimento público de água era fundamental para a vida urbana. Construídas entre 1438 e 1440, as fontes foram projetadas pelo arquiteto napolitano Onofrio della Cava, a quem se deve o nome. Onofrio foi encarregado pelo governo de Dubrovnik de criar um sistema de aquedutos que levasse água de uma fonte localizada a cerca de 12 quilômetros de distância, em Rijeka Dubrovačka, até o coração da cidade. Este projeto era essencial para garantir um abastecimento constante de água fresca em uma cidade onde os verões eram longos e secos. A Fonte Grande de Onofrio, localizada perto da Porta Pile, é a mais conhecida das duas. Esta estrutura monumental, com sua forma poligonal de dezesseis lados e uma cúpula central, era originalmente decorada com elaborados relevos escultóricos. Cada lado da fonte apresenta uma “máscara”, um rosto esculpido em pedra de onde a água jorra pela boca. Estes detalhes artísticos refletem a habilidade dos escultores da época e adicionam um elemento de beleza à funcionalidade da fonte. Apesar de ter sofrido danos significativos durante o terremoto de 1667, a fonte ainda mantém sua grandiosidade e continua a fornecer água potável. A Fonte Pequena de Onofrio, localizada na extremidade oposta de Stradun, perto da Torre do Relógio e da Igreja de São Brás, é menos imponente mas igualmente fascinante. Construída entre 1440 e 1442, esta fonte servia principalmente o mercado na praça Luža. Sua estrutura octogonal é decorada com relevos de crianças, golfinhos e conchas, obra do escultor Pietro di Martino de Milão. Esta fonte é especialmente conhecida por sua menção na comédia renascentista “Novela od Stanca” de Marin Držić, um dramaturgo local. Ambas as fontes faziam parte de um sistema de abastecimento de água que era uma inovação extraordinária para a época. A água era transportada através de um aqueduto com quase 12 quilômetros de extensão, que utilizava a gravidade para garantir um fluxo constante para as fontes da cidade. Este sistema permaneceu em uso até o final do século XIX, quando um moderno sistema de distribuição de água assumiu seu lugar.