Grande Via

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A Gran Vía de Madrid, uma das ruas mais icônicas e vibrantes da capital espanhola, é um símbolo de modernidade e dinamismo, unindo história, arquitetura e cultura em um vibrante mosaico urbano. Esta artéria, com cerca de 1.300 metros de comprimento, liga a Calle de Alcalá à Plaza de España e é frequentemente comparada à Broadway de Nova York pela sua atmosfera animada e por ser o centro do teatro e do cinema madrilenos. A história da Gran Vía começa no final do século XIX, quando a cidade de Madrid buscava modernizar-se e melhorar as infraestruturas urbanas. O projeto foi aprovado em 1904, mas as obras só começaram em 1910 e se estenderam por mais de duas décadas, terminando em 1931. A construção da Gran Vía foi uma empreitada titânica que exigiu a demolição de mais de 300 edifícios e o realinhamento de várias ruas. Este massivo projeto de urbanização foi concebido para melhorar a circulação no centro de Madrid e criar um espaço comercial e cultural de alto nível. Arquitetonicamente, a Gran Vía é um museu a céu aberto que reflete as mudanças estilísticas do século XX. Cada seção da rua apresenta uma mistura de estilos arquitetônicos, do neoclássico ao Art Déco, do modernismo ao ecletismo. Ao longo da rua, podem ser admirados edifícios emblemáticos como o Edificio Metrópolis, uma obra-prima da arquitetura neobarroca com sua característica cúpula coroada pela estátua da Vitória Alada. Um pouco mais adiante, o Edificio Grassy, com sua elegante fachada modernista, e o Edificio Telefónica, um arranha-céu de 89 metros que foi o mais alto de Madrid em sua inauguração em 1929, testemunham a influência da arquitetura americana. A Gran Vía também é o coração pulsante da vida cultural madrilenha. Ao longo do século XX, tornou-se o centro do entretenimento da cidade, abrigando numerosos teatros e cinemas que lhe valeram o apelido de “Broadway espanhola”. Teatros como o Lope de Vega e o Teatro Coliseum continuam a receber musicais e espetáculos internacionais, mantendo viva a tradição teatral da rua. Os cinemas históricos como o Cine Capitol e o Palacio de la Prensa viram a estreia de muitos filmes, contribuindo para tornar a Gran Vía um ponto de referência para os amantes do cinema. Politicamente, a Gran Vía testemunhou momentos de grande mudança. Durante a Segunda República Espanhola, a rua foi renomeada Avenida de la C.N.T., em homenagem ao sindicato anarquista, e posteriormente Avenida de Rusia durante a Guerra Civil, devido ao apoio soviético à República. Com a chegada do regime franquista, a rua foi intitulada José Antonio Primo de Rivera, fundador da Falange. Somente em 1981, com o retorno da democracia, recuperou seu nome original, Gran Vía, símbolo de uma Espanha que olhava para o futuro mantendo um olho no passado. A vida social ao longo da Gran Vía é igualmente vibrante. A rua é um centro comercial com lojas de todos os tipos, desde boutiques de luxo até grandes armazéns como El Corte Inglés. Restaurantes, bares e cafés animam a rua dia e noite, oferecendo um gostinho da animada vida noturna madrilenha. A recente renovação de 2018 melhorou ainda mais a acessibilidade da rua, com calçadas mais largas, ciclovias e espaços verdes que convidam os pedestres a explorar cada canto. Uma anedota interessante diz respeito à construção do famoso Edificio Carrión, também conhecido como Edificio Capitol. Este edifício, com seu icônico letreiro luminoso da Schweppes, é um símbolo da Gran Vía. Durante sua construção nos anos 30, foi usado como cenário para muitos filmes, tornando-se um ponto de referência cultural não apenas para os madrilenos, mas também para cineastas de todo o mundo. A Gran Vía também é testemunha de eventos históricos significativos. Durante a Guerra Civil Espanhola, foi um dos locais mais atingidos pelos bombardeios, com muitos edifícios danificados ou destruídos. Apesar disso, a rua sempre soube se reerguer, mantendo seu papel central na vida da cidade.
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