Museu Espécola
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O Museu da Specola de Bolonha, localizado no sugestivo Palazzo Poggi, é um lugar rico em história e ciência. Fundado em 1725 como parte do Instituto das Ciências desejado pelo Conde Luigi Ferdinando Marsili, o museu tem como objetivo preservar e divulgar o patrimônio astronômico acumulado ao longo dos séculos. Sua localização na torre do instituto oferece aos visitantes uma viagem fascinante através dos instrumentos e descobertas que marcaram a história da astronomia.
A visita ao museu começa com a descoberta das salas dedicadas aos instrumentos científicos históricos. Entre eles, destacam-se as esferas armilares, usadas para representar o movimento dos planetas, e os telescópios de madeira, que permitiam observações celestes com uma precisão revolucionária para a época. Um exemplo emblemático é o relógio astronômico de Giovan Battista Amici, que com suas fases lunares e posições planetárias representa uma obra-prima da engenharia do século XIX.
O museu também abriga modelos de navios e mapas antigos que ilustram a evolução da navegação e da cartografia da Idade Média à era moderna. Esses artefatos destacam a importância de Bolonha como centro de estudos geográficos e astronômicos. Instrumentos de navegação e mapas detalhados documentam as explorações e descobertas geográficas, oferecendo uma visão fascinante das técnicas de orientação e do conhecimento geográfico da época.
Outro ponto de grande interesse é a seção dedicada à ceroplástica anatômica. Aqui, os visitantes podem admirar modelos anatômicos em cera feitos no século XVIII para fins educacionais. Esses modelos, obras de artistas como Ercole Lelli e Giovanni Manzolini, são famosos por sua precisão e detalhe na reprodução do corpo humano, representando um equilíbrio perfeito entre ciência e arte.
O Museu da Specola não é apenas uma coleção de instrumentos científicos, mas também um centro de pesquisa e inovação. Durante os séculos XVIII e XIX, o observatório foi palco de importantes descobertas astronômicas, como a do planeta anão Ceres por Giuseppe Piazzi em 1801. Essa descoberta teve um impacto significativo em nossa compreensão do sistema solar e consolidou o papel de Bolonha na história da astronomia.
A subida à torre do museu é uma experiência única que oferece uma vista panorâmica deslumbrante de Bolonha. A torre, com seus 272 degraus, é um desafio para os visitantes, mas a vista do topo compensa amplamente o esforço. Da plataforma, é possível admirar uma vista de 360 graus da cidade, com seus telhados vermelhos, torres medievais e, em dias claros, as colinas que cercam Bolonha.
O museu regularmente organiza exposições temporárias, conferências e atividades educativas para aproximar o público da ciência e da história da astronomia. Esses eventos, voltados para todas as faixas etárias, representam um importante recurso educacional e contribuem para a disseminação do conhecimento científico. As entrevistas e relatos dos pesquisadores e astrônomos que trabalharam no observatório enriquecem a experiência do visitante, oferecendo um vínculo emocional e pessoal com a história do museu.
A história do telescópio de Guido Horn d’Arturo, exposto no museu, é particularmente interessante. Horn d’Arturo, um astrônomo bolonhês do século XX, foi um pioneiro no uso do telescópio de espelhos segmentados, uma inovação que permitiu obter imagens astronômicas de maior qualidade. Esse tipo de telescópio ainda é a base dos maiores e mais poderosos telescópios usados para a exploração do espaço profundo.
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