Palácio Corsini

O Palazzo Corsini alla Lungara, localizado no bairro de Trastevere em Roma, é um dos edifícios mais majestosos e ricos em história da cidade. Sua construção começou no final do século XV por vontade da família Riario, sobrinhos do Papa Sisto IV della Rovere. No entanto, o palácio como o conhecemos hoje é resultado das transformações desejadas pelo cardeal Neri Maria Corsini no século XVIII, confiadas ao arquiteto Ferdinando Fuga. Esta intervenção conferiu ao edifício a aparência de um verdadeiro palácio, dobrando sua extensão e enriquecendo sua fachada com pilastras gigantes e uma escadaria monumental. O palácio fica de frente para a Via della Lungara, em frente à esplêndida Villa Farnesina, e se estende com um amplo jardim no monte Gianicolo. A fachada principal, austera e imponente, esconde a elegância e a sofisticação dos interiores, caracterizados por decorações barrocas, afrescos e uma coleção de arte de valor inestimável. Entre os séculos XVII e XVIII, o palácio foi a residência da rainha Cristina da Suécia, que se mudou para lá após sua abdicação e conversão ao catolicismo. Durante sua estadia, o palácio se tornou um centro cultural e intelectual vibrante, hospedando reuniões de um círculo alquímico composto por figuras ilustres como Massimiliano Savelli Palombara, Giuseppe Francesco Borri, Giovanni Cassini, Francesco Maria Santinelli e Athanasius Kircher. Este período marcou um momento de grande efervescência cultural para o Palazzo Corsini, que ainda hoje é permeado pelo espírito daquela época. Em 1736, o cardeal Neri Maria Corsini comprou o edifício e o jardim, encomendando a Ferdinando Fuga uma completa reestruturação. Fuga transformou a pequena vila suburbana dos Riario em uma suntuosa residência aristocrática, com uma fachada caracterizada por dez pilastras gigantes que conferem ritmo e solenidade ao edifício. A fachada posterior, mais movimentada, apresenta três corpos de edifícios salientes, com o central ocupado pela majestosa escadaria, que também serve como mirante panorâmico sobre os jardins. Durante a ocupação napoleônica de Roma, o Palazzo Corsini hospedou Giuseppe Bonaparte, irmão do imperador Napoleão. Este episódio testemunha a importância estratégica e política do edifício ao longo dos séculos. Posteriormente, em 1849, o cassino dei Quattro Venti, localizado na parte superior da vila, foi palco de um dos combates mais sangrentos em defesa da República Romana contra os franceses, durante o qual Goffredo Mameli foi mortalmente ferido. Em 1856, grande parte dos jardins no Gianicolo foram unidos à vizinha Villa Doria Pamphilj. Em 1883, o príncipe Tommaso Corsini vendeu o palácio ao governo italiano, doando também a biblioteca e a galeria ali guardadas. Desde então, o Palazzo Corsini é a sede dos escritórios e da biblioteca da Real Academia dos Linces e da Galeria Nacional de Arte Antiga. A Galeria Corsini abriga uma coleção extraordinária de obras de arte, incluindo obras-primas de Beato Angelico, Giambattista Pittoni, Caravaggio, Rubens, Mattia Preti, Jusepe de Ribera e Jacopo Bassano. Entre as obras mais célebres está “São João Batista” de Caravaggio, uma pintura que captura a dramaticidade e a potência expressiva típicas do mestre do claro-escuro. A coleção é o resultado de séculos de mecenato e de uma política de aquisições que permitiu reunir uma das coleções mais importantes de arte antiga em Roma. O interior do palácio é decorado com afrescos de grande valor, como o da biblioteca, “A História ordena ao Tempo descobrir a Verdade” de Gregorio Guglielmi, encomendado por Neri Corsini. Estes afrescos, juntamente com os móveis de época, contribuem para criar uma atmosfera de extraordinária elegância e sofisticação. O jardim do Palazzo Corsini, que abriga o Jardim Botânico de Roma, é outro elemento de grande interesse. O jardim, com suas fontes, estátuas e avenidas arborizadas, representa um exemplo perfeito de jardim à italiana e oferece uma vista espetacular da cidade. É um lugar de paz e beleza, onde se pode passear e admirar a natureza em um contexto histórico único.