Palácio dos Conselhos
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O Palácio dos Conselhos, também conhecido como Palácio do Duque de Uceda, é um dos edifícios históricos mais fascinantes de Madrid. Localizado no número 79 da Calle Mayor, este palácio barroco é um exemplo significativo da arquitetura nobre do século XVII na capital espanhola. Sua construção, iniciada em 1613 e concluída em 1625, foi encomendada por Cristóbal Gómez de Sandoval-Rojas, primeiro duque de Uceda e favorito do rei Filipe III. O projeto original foi atribuído a Alonso de Turrillo e Pedro de Pedrosa, embora algumas fontes atribuam o design a Francisco de Mora, arquiteto real.
O palácio foi concebido como uma residência privada para o duque de Uceda, mas sua grandiosidade e semelhança com o Palácio Real de Madrid suscitaram críticas por sua ostentação. A estrutura, construída com uma combinação de tijolos e pedra, é organizada em torno de dois pátios de tamanhos diferentes e apresenta uma fachada decorada com colunas dóricas e frontões curvos e triangulares, elementos distintivos da arquitetura barroca espanhola.
Em 1717, sob o reinado de Filipe V, o palácio foi adquirido pela Coroa e tornou-se a sede das principais instituições administrativas, conhecidas como os “Consejos Reales”. Foi então que o edifício começou a ser chamado de Palacio de los Consejos. Essa mudança marcou uma importante transição no papel do palácio, que passou de residência nobre a um centro nevrálgico do poder administrativo e político da Espanha.
Durante o século XVIII, o palácio passou por mais modificações para se adaptar às novas necessidades da monarquia borbônica. Com a chegada de Carlos III, o palácio também abrigou a mãe de Carlos II, a rainha mãe Mariana de Áustria, que passou os últimos anos de sua vida lá. Sua morte ocorreu no palácio em 1696, um evento que destaca a importância do palácio na história real espanhola.
No século XIX, durante o reinado de Isabel II, o Palácio dos Conselhos foi novamente reformado. Neste período, o palácio tornou-se a sede do Consejo de Estado e da Capitanía General, duas das instituições administrativas mais importantes do país. Essas funções permaneceram inalteradas até hoje, tornando o palácio um símbolo de continuidade e estabilidade administrativa.
Do ponto de vista artístico, o Palácio dos Conselhos apresenta uma série de elementos arquitetônicos de grande interesse. As fachadas, caracterizadas pela sobria elegância do barroco espanhol, são decoradas com brasões nobres e detalhes arquitetônicos que refletem o poder e a riqueza de seus antigos proprietários. No interior, o palácio abriga salões de representação, escritórios e pátios que ainda mantêm a atmosfera de grandeza e formalidade do passado.
Outro aspecto interessante do palácio é sua localização estratégica no coração do Madrid de los Austrias, perto de monumentos históricos como o Palácio Real e a Catedral de Almudena. Este contexto urbano confere ao palácio uma importância especial, inserindo-o em um tecido histórico e cultural de grande valor.
Ao longo dos séculos, o Palácio dos Conselhos abrigou inúmeros eventos históricos e políticos importantes. Durante a Guerra Civil Espanhola, por exemplo, o palácio foi sede de operações militares e governamentais, e sofreu danos significativos devido a bombardeios. Após a guerra, o palácio foi restaurado e continuou a desempenhar seu papel como centro administrativo.
Um anedota interessante diz respeito à construção do Convento do Santíssimo Sacramento, fundado em 1615 como anexo ao palácio. Embora o convento não exista mais, sua igreja, hoje conhecida como Iglesia del Sacramento, tornou-se a Catedral das Forças Armadas, destacando mais uma vez a ligação histórica entre o palácio e as instituições religiosas e militares espanholas.
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