Parque do Labirinto d'Horta
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Horta-Guinardó
O Parc del Laberint d’Horta é uma jóia escondida em Barcelona, localizada no bairro de Horta-Guinardó. É o parque mais antigo da cidade, com uma história que remonta ao final do século XVIII. Projetado em 1791 para o marquês Joan Antoni Desvalls i d’Ardena, o parque foi criado em colaboração com o arquiteto italiano Domenico Bagutti, combinando elementos neoclássicos e posteriormente românticos para oferecer uma experiência visual e contemplativa única.
O coração do parque é o labirinto de sebes de cipreste, que dá nome ao parque. Este labirinto é um caminho intricado que representa a mitologia grega, com estátuas e esculturas que contam a história de Teseu e do Minotauro. Na entrada do labirinto, um friso clássico retrata Minos recebendo Teseu em Creta, enquanto no centro do labirinto há uma estátua de Eros, o deus grego do amor, símbolo do prêmio que espera aqueles que conseguem encontrar o coração do labirinto.
A estrutura do parque é organizada em três terraços. O terraço inferior abriga o labirinto, enquanto o terraço intermediário apresenta dois pavilhões de estilo italiano com colunas toscanas, dedicados a Danae e Ariadne, figuras da mitologia grega. O terraço superior é dominado por um pavilhão dedicado às nove musas, com uma escultura que representa a harmonia entre arte e natureza, destacando o lema “Artis Naturaque Parit Concordia Pulchrum” (A harmonia entre arte e natureza gera beleza). O parque passou por várias transformações ao longo dos séculos. Originalmente concebido como um jardim neoclássico, foi posteriormente expandido pelos descendentes do marquês para incluir um jardim romântico no século XIX, projetado pelo arquiteto Elies Rogent. Esta parte do parque é caracterizada por um design mais livre e natural, com caminhos sinuosos, cachoeiras e um canal romântico usado para passeios de barco.
Em 1967, a família Desvalls doou o parque à cidade de Barcelona, que o abriu ao público em 1971. Uma importante obra de restauração foi concluída em 1994, com o apoio financeiro da União Europeia, para preservar o parque e suas estruturas históricas. Hoje, o parque é gerido como um jardim museu, oferecendo visitas guiadas que permitem explorar seus segredos e aprender sua história fascinante.
Um dos aspectos mais interessantes do Parc del Laberint d’Horta é sua capacidade de combinar elementos culturais, históricos e naturais em um único espaço harmonioso. As pequenas estruturas arquitetônicas, como o templo de Danae e o busto de Dionísio, se integram perfeitamente com a vegetação exuberante, criando um ambiente que estimula a reflexão e a contemplação.
O parque também é um local de cultura e arte, tendo hospedado eventos históricos e apresentações teatrais ao ar livre. Em 1898, o poeta Joan Maragall escolheu os pavilhões do terraço intermediário para encenar a tragédia “Ifigênia em Táuris” de Goethe, traduzida por Maragall e dirigida por Adrià Gual.
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