Villa Médici

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Rione IV - Campo Marzio
A Villa Medici, localizada no Pincio em Roma, é uma jóia da arquitetura renascentista e um centro cultural de grande importância. A villa foi inicialmente construída em 1564 para o cardeal Giovanni Ricci di Montepulciano, segundo o projeto de Annibale Lippi. No entanto, foi com a aquisição por Ferdinando I de Medici em 1576 que a villa atingiu o seu esplendor. Ferdinando, um grande mecenas e colecionador de arte, transformou a residência em um suntuoso palácio, enriquecendo-a com obras de arte e melhorias arquitetônicas, graças à contribuição do arquiteto Bartolomeo Ammannati. A villa é famosa não apenas pela sua arquitetura, mas também pelos seus magníficos jardins que se estendem por mais de sete hectares. Os jardins foram projetados seguindo o estilo renascentista, com uma série de terraços, fontes e estátuas que criam um ambiente de grande elegância. Entre as características mais fascinantes estão as numerosas piscinas e fontes, projetadas pelo arquiteto e matemático Camillo Agrippa, que tornaram os jardins um oásis de tranquilidade no coração de Roma. O jardim é dividido em dezesseis quadrados e seis prados, respeitando os princípios do design do século XVI. Ferdinando de Medici completou os trabalhos iniciados pelo cardeal Ricci, incluindo a aquisição de novas terras e a construção de um caminho norte-sul que conecta os jardins ao Parnaso, um belvedere artificial que oferece uma vista panorâmica da cidade. Villa Medici tem uma história fascinante ligada à sua função como sede da Academia da França em Roma, estabelecida por Luís XIV em 1666. A academia foi criada para abrigar artistas franceses que ganharam o Prix de Rome, permitindo-lhes viver e trabalhar em Roma para desenvolver suas habilidades artísticas. Entre os ilustres residentes da villa estavam compositores como Debussy e Berlioz, e arquitetos como Charles Garnier, conhecido pela Ópera de Paris. No século XIX, sob o domínio napoleônico, a villa passou por mais transformações. Napoleão Bonaparte comprou a villa em 1803, transformando-a em uma academia para jovens artistas franceses. Essa tradição continua até hoje, com a villa abrigando artistas e estudiosos de todo o mundo, contribuindo para manter viva a tradição de intercâmbio cultural entre a França e a Itália. Uma das anedotas mais curiosas relacionadas à Villa Medici diz respeito a uma bola de canhão visível na fonte em frente à villa. A lenda conta que esta bola de canhão foi disparada pela rainha Cristina da Suécia do Castel Sant’Angelo, em sinal de descontentamento por um encontro perdido com o cardeal Azzolino, seu amigo íntimo. Villa Medici também é famosa por seus interiores ricamente decorados. Ferdinando de Medici adornou a fachada interna com baixos-relevos da Ara Pacis e da Ara Pietatis. Os quartos da villa são decorados com afrescos e pinturas que refletem o gosto artístico e a opulência da família Medici. Outro elemento distintivo da villa é a sua biblioteca, uma das maiores bibliotecas de artes decorativas de Roma, estabelecida em 1803 e contendo cerca de 37.000 volumes. Esta coleção é um recurso importante para estudiosos de história da arte e arquitetura.
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