Catedral de la Almudena

Europa,
Espanha,
Madrid,
Centro
A Catedral de la Almudena, oficialmente conhecida como a Santa Igreja Catedral Metropolitana de Santa María la Real de la Almudena, é um dos principais símbolos religiosos e históricos de Madrid. Sua construção, que durou mais de um século, reflete uma excepcional combinação de estilos arquitetônicos, do neoclássico do exterior ao neogótico do interior, até o neorromânico da cripta. A ideia de construir uma catedral dedicada à padroeira de Madrid, a Virgen de la Almudena, surgiu já no século XVI, mas foi apenas em 1883 que o rei Alfonso XII colocou a primeira pedra do novo edifício. A catedral está localizada perto do local da antiga igreja de Santa María de la Almudena, construída sobre uma antiga mesquita, por sua vez construída sobre um local romano. Essa sobreposição de influências históricas e culturais torna a catedral um símbolo da contínua evolução da cidade. A lenda conta que, durante a reconquista cristã de Madrid em 1083, o rei Alfonso VI descobriu uma estátua escondida da Virgen de la Almudena nas muralhas da cidade. Esse evento milagroso é comemorado por uma alcova na fachada da catedral. O projeto inicial, concebido pelo arquiteto Francisco de Cubas, previa um estilo neogótico, mas após várias interrupções e modificações, o exterior foi concluído em estilo neoclássico para melhor harmonizar com o Palácio Real vizinho. Os arquitetos Fernando Chueca Goitia e Carlos Sidro foram fundamentais para dar à catedral sua aparência final, que se destaca pela majestosa fachada e pelas torres gêmeas. No interior, a catedral oferece uma atmosfera gótica com tetos altos e vitrais coloridos que criam um jogo de luzes e sombras. O altar-mor é dominado por uma estátua da Virgen de la Almudena, enquanto a cripta, acessível pela Cuesta de la Vega, é uma joia neorromânica com mais de 400 colunas e uma atmosfera solene e tranquila. A catedral foi consagrada em 15 de junho de 1993 pelo Papa João Paulo II, evento que marcou um momento crucial em sua história. Desde então, a catedral tem sido palco de importantes eventos religiosos e de estado, incluindo funerais de estado e o casamento do rei Felipe VI com Letizia Ortiz em 2004. Além de sua função religiosa, a catedral abriga também um museu que oferece uma visão geral da história religiosa e artística de Madrid, com uma coleção de arte sacra, relíquias e documentos históricos. O museu é uma referência para quem deseja aprofundar a compreensão da fé e da cultura espanhola. Outro aspecto interessante da catedral é sua conexão com a família real espanhola. O vínculo é enfatizado pelo sepultamento de María de las Mercedes de Orleans, primeira esposa de Alfonso XII, na capela da Virgen de la Almudena. A presença da família real durante as principais cerimônias religiosas confere à catedral uma importância simbólica e institucional. Arquitetonicamente, a catedral é uma obra-prima de integração estilística. A cúpula central, visível de vários pontos da cidade, é decorada com estátuas dos apóstolos, obra do escultor Luis Sanguino. As portas de bronze, esculpidas com cenas da Trindade e da história espanhola, são uma obra de arte em si, enquanto os vitrais retratando episódios da vida da Virgem acrescentam um toque de cor e espiritualidade aos interiores austeros. A construção da catedral sofreu muitas pausas e retomadas, devido a eventos históricos como a Guerra Civil Espanhola, que atrasaram os trabalhos. No entanto, a dedicação de arquitetos, artistas e apoiadores permitiu que a catedral emergisse como um dos monumentos mais importantes da cidade, símbolo de perseverança e fé.
Leia mais