Museu de l'Orangerie
Europa,
França,
citta, Paris,
I arrondissement
O Musée de l’Orangerie, localizado no coração do Jardim das Tulherias em Paris, é um templo da arte impressionista e pós-impressionista. Fundado em 1927, este museu é especialmente conhecido por abrigar as monumentais telas das “Nenúfares” de Claude Monet, uma obra-prima do impressionismo que envolve os visitantes em uma atmosfera de tranquilidade e beleza natural.
O edifício que abriga o museu, uma antiga orangerie construída em 1852 sob Napoleão III, foi transformado em um espaço de exposição por iniciativa do então ministro das Belas Artes, Georges Clemenceau. Sua estrutura, com amplas janelas que permitem a entrada de luz natural nas salas, foi adaptada para expor as grandes telas de Monet de forma a criar uma experiência imersiva. As “Nenúfares” estão distribuídas em duas salas ovais, dispostas de forma a formar um infinito espelho d’água que muda com a luz do dia, oferecendo uma experiência visual sempre nova.
Além dos “Nenúfares”, o Musée de l’Orangerie abriga a coleção de Paul Guillaume, um marchand de arte que foi um dos principais promotores da arte moderna na França. Esta coleção, enriquecida pela viúva de Guillaume, Domenica Walter, inclui obras de grandes mestres do século XX como Pablo Picasso, Henri Matisse, Amedeo Modigliani e André Derain. Cada sala do museu oferece uma viagem pelas evoluções estilísticas da arte do período, da transição do impressionismo para o cubismo, do fauvismo à arte naïf.
A coleção se destaca não apenas pela qualidade das obras, mas também pela sua disposição. As obras são apresentadas em uma sequência que permite aos visitantes apreciar as conexões e influências entre os artistas. Por exemplo, as telas de Cézanne, com sua exploração das formas e da luz, preparam o espectador para a revolução cubista de Picasso e Braque. Da mesma forma, os retratos intensos e poéticos de Modigliani encontram uma continuidade natural nas cores vibrantes de Soutine.
Um dos aspectos mais fascinantes do Musée de l’Orangerie é a sua capacidade de combinar a intimidade de uma coleção privada com a acessibilidade de um grande museu público. As salas são projetadas para oferecer um espaço de contemplação tranquilo, onde os visitantes podem se envolver completamente com as obras. Esta atmosfera reflete a intenção original de Monet para seus “Nenúfares”, concebidos como um refúgio de paz e beleza no coração da cidade.
O museu passou por importantes obras de renovação entre 2000 e 2006, que melhoraram a apreciação das obras e a acessibilidade para os visitantes. Estas intervenções, lideradas pelo arquiteto Olivier Brochet, incluíram a criação de novas salas de exposição, um moderno auditório para conferências e projeções, e um acolhedor café com vista para os Jardins das Tulherias.
Um dos anedotas mais fascinantes relacionados ao museu diz respeito a Claude Monet e seus “Nenúfares”. Quando Monet começou a pintar essas telas monumentais, ele já tinha mais de setenta anos e sofria de graves problemas de visão. Apesar dessas dificuldades, ele trabalhou incansavelmente por mais de dez anos, transformando seu jardim em Giverny em um laboratório ao ar livre. Os “Nenúfares” representam o ápice de sua busca artística e espiritual, uma obra que funde natureza e pintura em uma visão transcendente.
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